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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Bolo embrulhado!


   Gentem, eu não vou ficar dando receita de bólos, que este não é o intuito do meu blog. Mas essa vou ter que contar... de vez em quando é divertido dar umas adaptadas.
   Minha irmã me contou que fez bolo embrulhado esses dias. Bolo embrulhado fazia parte dos comes das festinhas infantis anos 1980. Acho que minha minha mãe nunca fez nos nossos anívers, eu nem lembro de ter comido também, mas, vocês sabem, depois de uma certa idade a gente começa a gostar de bóólos com frutas (damasco, ameixa seca, coco). Cismei que faria um...
Eu e a Fefê crazy por bolo embrulhado (ilustração by Fefê).
 
   Procurei várias receitas, mas achei pão de ló um bolinho muito danado de preparar. Peguei a receita mais fácil (do site da Nestlé) e fui fazendo. Pra começar a receita não pedia líquido (leite ou água). Eu só tinha farinha de trigo integral... chegou uma hora que virou uma paçoca. Botei por conta 1 copo de leite quente (que eu tinha visto nas receitas mais difíceis). Okey, massa no forno. Ficou com cara de bolo.
   Tinha que fazer ainda: cobertura, calda, recheio... preguiça! Bom, fui fazer aquele creme de maisena, que depois mistura com leite condensado. Não teve jeito, ainda não me adaptei com a maisena daqui, empelotou. Tentei peneirar... pfffff!! PAUSAAA, fui pra cadimia e deixei o bóólos esfriando.
   Pedalando e pensando... tenho 1 doce de leite com coco (que ganhei de um amigo que passou as férias agora no Brasil), coco ralado só tem aquele ralado grosso e adocicado (vai ter que ser esse). Agora preciso de um creme pronto... tem um light que parece Danette, eu sempre compro de choco, mas tem de baunilha! E para molhar o bolo? Batida de coco!!! Com vodka de abacaxi que comprei no fimde! Uhuuuu!!! Bolo embrulhado para adultos!
 
Jell-o da Kraft foods (apenas 60 calorias! hehe!).
 
"Vódega" de abacaxi (especial para batidinhas de coco!).
   Fui montando o bolo (meio copo de batidinha para deixar a massa úmida, meio copo pra dar uma animada), as texturas foram se casando, cortei o bolo em pedaços grandes (porque embrulhar um a um é uma trabalheira sem fim) e voilà!
 
Modéstia à parte: delicinha!
 
   Agora é dividir calorias com osZamigos!!
   Everybody: Bolo embrulhado! Bolo embrulhado!
 
 
 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Philly

   Estudei pouco sobre a história dos EUA na escola. Posso dizer que tudo é realmente novo. Como não tenho grandes referências, toda vez que conheço uma grande cidade, me bate um desespero: "Preciso encontrar maneiras de diferenciar as grandes cidades daqui!".

   À primeira vista, todas têm grandes prédios modernos, parte antiga, centro histórico, heróis, museus, teatros. Assim que chegamos, as ruas perto do hotel me pareceram estreitas, pouco sol, vento gelado, pouco se via do céu, e não eram 16h. Caminhamos até o Sino da Liberdade, um símbolo que parece ter bastante significado, esteve presente em momentos importantes da história (quando foi promulgada a Constituição, durante o Movimento Abolicionista, o sino viajou por todo os EUA, e voltou para Philadélfia onde tem morada fixa.).


O Sino da Liberdade.


   Depois disso seguimos até a Macys, que fica em um prédio com três andares, lá teria uma apresentação natalina, com luzes e tal. Achei um pouco fraca, muitas cabeças na minha frente me atrapalhavam a visão. E eu não entendo por que as pessoas filmam! Pra fazer um filminho com péssima qualidade para mostrar para amigos impacientes?
   Saímos da Macys para enfrentar o frio, e de repente aquelas ruas cinza ganharam uma vida noturna. O que tem me fascinado por aqui é que sair pra jantar ou fazer um happy hour tem que ser cedo, porque escurece mais cedo. Eu prefiro. Muitos restaurantes, barzinhos, de todas as nacionalidades, todos aconchegantes, convidativos. Alguns até com mesinhas para fora, que, por incrível que pareça, eram ocupadas por gente que não tinha paciência com filas de espera para ficar na parte de dentro. Bom, mesmo cedo, os lugares têm filas de meia hora, 1h30. Escolhemos a pizzaria fofa que tinha fila de meia hora, para passar o tempo fomos dar uma volta nos arredores, viramos na Broad Street e demos de cara com o City Hall, um prédio antigo lindo e bem iluminado no final da rua. Tirei alguns fotos a noite, mas as fotos do dia ficaram melhores.
   Em menos de 15 minutos nos ligaram da pizzaria avisando que tinha vagado mesa. Pizzaria moderninha, massa integral, os atendentes jovens, algumas belas meninas meio cabeludas, meio carecas (cabelo raspado por opção). Saímos da Zavino satisfeitos, dá uma espiada no site: <www.zavino.com>.



Margherita.
 
Mousse de chocolate da Zavino. 

   Sábado foi dia de visita às escadarias do Rocky Balboa (aliás, as escadarias do Museu de Arte da Philadélfia). Todo mundo tira foto com a estátua, muita gente sobe e desce correndo aquelas escadas, muitos corredores pela região, apesar do frio.  
Rocky eternizado...
   Ao rever a cena do filme, aquele lugar tem realmente um significado de superação, o Silvester Stallone deu piques com a postura corretíssima. Pensei que poderiam refilmar, mas assim como aconteceu com Karatê Kid, a refilmagem não ia ter o mesmo encanto!

As crianças todas me seguindo... hehe!
 
Que tênis será que ele tava usando?
    Tentamos visitar The Barnes Foundation com obras de Picasso, Matisse, Renoir, van Gogh, entre outros grandes nomes, mas infelizmente os ingressos haviam acabado. Tivemos que nos contentar com uma mostra do Titanic, era bem feitinha, mas esse assunto já foi muito explorado.
Comprem ingressos com antecedência! <www.barnesfoundation.org>.
   Depois de tantas caminhadas, fomos conhecer o autêntico philly cheesesteak, quase um pão com bife, só que a carne é bem picadinha, vai queijo e cebola. Uma delícia!

Philly cheesesteak.
    A noite foi guardada para assistir a um jogo de basquete: 76ers (Philadélfia) X Thunder (Oklahoma). Os Sixers foi amor à primeira vista, quando vi a camiseta com meus números favoritos "76" (meu ano de nascimento), adotei o time da Philadéfia! O estádio é grandioso, muitas arquibancadas, iluminação impecável, pequenos shows nos intervalos, câmeras filmando a galera, todo mundo participando, é realmente um espetáculo. Depois disso conseguimos entrar no El Vez, um barzinho mexicano que valia a fila de espera. Tinha caipirinha azul, mas eu não gosto muito de cachaça.

76ers (Philadélfia) X Thunder (Oklahoma).
 
El Vez (<www.elvezrestaurant.com>).

Eu com a camisetinha do 76ers.
   Domingo visitamos o Mercado Italiano, barraquinhas de frutas, legumes, verduras na calçada e muitas lojas que mereciam uma espiada. Entramos em uma loja com artigos para cozinha, tinha de tudo lá! Panelas maravilhosas, fôrmas de todos os formatos, café de várias nacionalidades. Entramos em algumas lojinhas totalmente italianas com pastas, salames, queijos, azeitonas enormes, perfumadas e coloridas.

   Balanço final dessa grande cidade: fiquei encantada com as ruas de Philly. Seja de dia: com aquelas pessoas enfrentando o frio (afinal faz parte da rotina deles), algumas passando com baguetes debaixo do braço como franceses, outras comprando pastas e molhos para o almoço como italianos, alguns tomando café no Starbucks, figuras modernas e senhores de chapéuzinhos de lã. Seja de noite: indo para os estádios de metrô; contrastando shorts, casaco pesado, maquiagem e acessórios para fazer bonito na night... Philadélfia tem a mistura das grandes cidades, tem suas construções únicas, tem um símbolo forte de liberdade.

Nelson Mandela me cutucando... ele me perguntou: "Vou aparecer no seu blog?".



   Dicas, diquinhas

- Os restaurantes deste site são lindos: <www.starr-restaurant.com>. É só escolher o tema. Nós fomos no mexicano El Vez.
- Este site vai ajudar na escolha dos passeios: <www.visitphilly.com>.
 
(Passeio realizado em novembro 2012)
 
 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Inauguration


Dia 21/01/2013, Presidential Inauguration Day, a posse oficial (do segundo mandato) de Barack Obama. Como Washington fica logo ali, não custava dar uma espiada, fazer parte da História!
Deixamos o carro em Rosslym, pegamos o metrô às 11h, aparentemente estava tudo tranquilo. Paramos na estação Federal Triangle e saímos caminhando, seguindo o fluxo. Chegamos até um telão a tempo de ver Kelly Clarson se esgoelando. Continuamos andando, não dava mais para retornar, muitos policiais em cada esquina pediam para prosseguir e não retornar. Todo mundo (calcula-se por volta de 800 mil a um milhão de pessoas) e uma só direção, as ruas de acesso à Casa Branca estavam todas fechadas. Já não sabíamos para onde estávamos indo, aproveitei para observar as pessoas... cada figura! Uma hora apareceu um policial do FBI, a galera foi tirar foto com ele. E ele posava para as fotos, feliz da vida.
Tentamos virar em várias ruas, todas bloqueadas, entramos em uns dois restaurantes que tinham a porta de saída para onde queríamos tentar nos deslocar, mas que nada... segurança por todos os lugares.
Paramos na Starbucks da 13th Street, e uma luz no fim do túnel, uma rua desbloqueada, em direção à Pennsylvania Avenue, onde o presidente Obama passaria caminhando os últimos metros em direção à Casa Branca. Só que, para atravessar a rua, todo mundo ia passar por revista. Entramos naquele formigueiro humano, a fila não andava e quanto mais se aproximava do funil de passagem (onde era feita a revista), menos dava para enxergar a Pennsylvania Avenue. Resolvemos sair daquela muvuca e assistir da 13th Street mesmo. Era só ficar na parte mais alta, de olho na arquibancada e nos atiradores de elite, que ficavam no topo dos prédios. Uma hora Flavio pegou minha câmera para tirar foto deles, e eu tenho certeza que um deles pegou o binóculo para ver a gente, virei pro Flavio e perguntei se não tinha um ponto de luz vermelho na minha testa. HAUAHUAHUAHA!


Estávamos mais ou menos onde está o símbolo da Starbucks. Imagem via: <www.starbucks.com/store/11931>.

Esperamos muitão, dedos dos pés congelando, só de olho num restaurante quentinho ao lado. No final do desfile, ali pertinho, Obama desceu do carro e passou naquele passo apressadinho de quem tem algo importante para fazer, a galera agitou, e mesmo de longe fez dois brasileiros felizes participar um pouquinho da história de um país... logo depois disso corremos pro restaurante!

Hello, Obama & Michelle! Imagem via: <www.washingtonpost.com/regional>.

Agora tô aqui vendo Obamas' first dance (eles podiam ter treinado um pouquinho mais), a franja nova da Michele, seu vestido red Jason Wu e seus sapatos Jimmy Choo (Depois pude ver um par de sapatos dela no National Museum of American History).

Imagem via: <www.washingtonpost.com/regional>.


Cheers!
         Nosso brinde em homenagem aos acontecimentos do dia.


Mais: 
Sobre o National Museum of American History:
Show da Lady Gaga:






sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Lista para minha melhor idade

Comecei a preparar uma lista para não esquecer, tenho certeza que vai ser bem útil. Vamos lá, pensem na de vocês...

1. Não reclamar da vista cansada, minha oftalmo disse que todos vão ter cataratas. Comprar audiobooks. Nada como o Cid Moreira lendo para gente.
2. Escolher um dia da semana para oferecer lanche às amigas. Será servido poncho (um nome mais cortês para sangria). Será que o Gonzales y Garcia ainda vai estar funcionando?
 

Foto gentilmente cedida por Carol Pasinato e Fer Cavalli.

3. Colocar pantufas nos meus gatos, nada de arranhões.

4. Em toda corrida, pódio na minha categoria.
 


5. Falar tudo que eu penso, me fazer de louca e dar uma risadinha quando disserem: "Tá esclerosada!".
 


6. Não sei se terei paciência com gamão ou jogos de carta em geral... mas talvez eu apareça no noticiário, após uma casa de bingo ser fechada.

7. Experimentar uma nova atividade...


 
 
 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Book Group


Sobre o Book Group... Peggy, nossa professora de inglês, indica um livro e promove um encontro literário. Das últimas vezes foi na casa dela, nós adoramos! Dessa vez, a anfitriã foi nossa querida amiga francesa, Colette. Sobre os comes e bebes, ela comentou que havia preparado um Bolo de Reis (já que a filha dela, Carla, havia sido premiada com a segunda prenda do Bolo de Reis), e que era para ter cuidado ao engolir o recheio. Eu não tinha entendido direito, achei que ela estava falando para ter cuidado com o recheio quente de algum salgado (até pensei comigo: Hmmm... croissant!). Mas quando me aproximei da mesa, vi que era o famoso bolo. Peguei uma fatia e, no primeiro pedaço, fui coroada rainha! hehe!
 

...Save the Queen!
 
  Todo rei tem que ter sua rainha, não é verdade?
  Quer reler sobre a primeira "coroação" da casa?
 
  

   Agora, voltando ao Book Group, To Kill a Mockingbird (no Brasil: O Sol é para Todos), da escritora Harper Lee, foi o livro do mês.



   Como o processo de tradução é meio lento, não consegui ler o livro inteiro, me concentrei em alguns pontos, assisti a um documentário sobre Harper Lee, pesquisei sobre o Movimento do Direitos Civis, que teve seu auge nos anos 1960 e fiquei curiosíssima com o desenrolar da história. Não só da ficção, mas da vida real da autora.
   O livro trata das memórias de infância de Harper Lee, o tema central é o ponto vista de duas crianças (Scout e seu irmão Jem Finch) sobre ética e dignidade. Scout é a narradora e inicia exibindo alguns personagens: Jem, que tem um problema no braço e à princípio não se sabe o que gerou esse problema; Dill, que vive pela vizinhança, criado por parentes e, logo ao se apresentar, diz que sabe ler apesar da pouca idade. Detalhe interessante, na vida real, há especulações que Dill é nada mais, nada menos que Truman Capote.
   Mais personagens vão surgindo, como o pai Atticus Finch, um íntegro advogado que futuramente vai defender um trabalhador negro, acusado injustamente de amolestar uma garota. Enfim, o livro é rico em detalhes e personagens que devem ser explorados com uma boa leitura.
   O trecho a seguir é um pouquinho do ar de Maycomb, uma cidadezinha do Alabama, estado do Sul:
"Os duros colarinhos dos cavalheiros murcham às nove da manhã. Senhoras se banham antes do meio-dia, depois tiram sua soneca às 15h, e quando a noite cai são como bolos macios com cobertura de suor e talco doce. As pessoas se movem lentamente...".
 
   O livro é um clássico americano, ganhador do Prêmio Pulitzer. Foi adaptado para o cinema, vencedor de dois Oscar: melhor roteiro adaptado e melhor ator (para Gregory Peck).
 
   Quem já leu, fique à vontade para dar sua opinião.

 

domingo, 13 de janeiro de 2013

Vamos trocar correspondência?

Imagem via: http://lapiseborracha.blogs.sapo.pt/23048.html
    
    Sempre gostei de escrever diários, cartas, bilhetes...
  
   Na minha época de colecionadora de papel de carta, eu nunca conseguia acumular muitos papéis de carta, porque ia usando os mais bonitos para enviar aos amigos especiais. E quando os meus acabavam, eu "emprestava" alguns da minha irmã.
   Ainda adoro fazer isso, não resisto aos cartões-postais, aos cartões de aniversário, aos adesivos fofos... acho que o Sr. Carteiro nunca perdeu o charme.
   Por isso, lanço um convite: vamos trocar cartões?

   Não precisa ter motivo, não precisa ter data certa, mande quando tiver a fim e você vai receber outro de volta. Se você tem filhos, vocês podem fazer juntos, você pode até incentivá-los a escrever aos amiguinhos também! Vai ser divertido!
   Se você achar a ideia bacana, mande seu endereço para o meu e-mail: jumelendres@gmail.com e em breve trocaremos alegre correspondência.

Imagem via: http://rosangelaneres.com/2012/03/10/lembrancas-sao-assim/
 
 
 

sábado, 12 de janeiro de 2013

Driver's License

Cena do filme License to drive.

País novo, documentos novos. Nossa driver's license começou com aula teórica sobre álcool & druegas. Eu, Flavio, a instrutora e dezenas de slides na sala de aula. Ela começa com um questionário, erramos poucas questões, pois têm detalhezinhos que só estão nos slides. Preguiça, mas o tempo passa logo, não são realmente três horas cheias. No final, o mesmo questionário, você responde novamente, mas não vale nota, ok? hehe! Não se preocupe.

Depois disso reunimos os documentos (comprovante de endereço, documento do carro, social security) e vamos até o "Detran" daqui (abaixo tem o site). Durante a semana tem pouco movimento, dá para chegar e fazer tudo rapidinho. Fomos numa sexta, perto do almoço, movimento tranquilo. Uma moça muito simpática nos atendeu no guichê (reparei no bom corte de cabelo dela), ela já queria que fizéssemos tudo ali na mesma hora. Só que meu comprovante de endereço não foi aceito. Nada de teste teórico, nada de teste escrito.

Voltamos dia 26 de dezembro, fizemos o teste teórico, tudo ok. Mas tava uma neve de lascar, não era aconselhável fazer o teste naquele dia.

Enfim, chegou o dia que tinha que ser. Eu procurei nem me preocupar, no Brasil eu fiz o teste 4X. Na hora dá um nervoso e a sensação de que você vai ter que voltar ali outras vezes. Falei que queria ir primeiro, faço isso para me livrar do sofrimento logo. Mas não deu certo, Flavio foi antes. Fui para o banco de trás, na esperança de poder ir junto. Foi quando se aproximou um véinho, magrinho, grande boné enterrado na cabeça, o laptop avaliador nas mãos, entrou no carro e só faltou colocar um copo de café no painel. Só entendi o "Go out" e "corner". Ok, fui esperar ali na esquina. Nessas horas Flavio fica preocupado comigo e me traduz tudo errado. HAUHAUAHUAHA! "Ok, eu entendi, véinho rabugento, tô indo para esquina".

Tava um frio do caramba, começou a chover... Flavio tava demorando, sinal que as coisas estavam se desenvolvendo. Antes dele, vi uma indiana reprovar com o véinho, coitada, nem saiu do pátio.

Flavio voltou, havia passado, nem falou nada, devia estar realmente preocupado comigo, conheço aquele olhar. Tudo bem, me dirigi ao ponto de partida. Tinha um carro na minha frente, o véinho-carrasco se dirigiu a esse carro, e ficou horas fazendo a pessoa acender todas as luzes possíveis do carro. Afff... eu ia ter que passar por aquilo. Quando vejo, eis que surge a moça simpática do cabelo bom, e ela vem vindo em direção ao meu carro. Um spot de luz se abriu em cima dela, e ventiladores balançaram aqueles cabelos. Uuuufa!! Quando ela entrou no meu carro, eu disse, feliz da vida: "I prefer you. I'm afraid of him".

Depois de testar as luzes do carro, saímos para fazer a baliza. Botei o carro na vaga, nem tive que aproximar mais da calçada (como o véinho fez com Flavio), depois botei o carro de ré entre os cones... nessa hora, eu não entendi direito o que ela pedia, mas fui me virando. Quando fomos para rua, eu repetia todas as palavras-chave. Se ela dizia: "Não sei que lá Right"; eu dizia: "Right", e fazia gestos com a mãozinha. hehe! Frases curtas okey, mas quando a muié desembestava a falar frases compridas!! Uma hora escutei: "Wrong way! Wrong way!" Mas tive tempo de corrigir! Demos uma volta no estacionamento do Outlet, já tava bem mais calma, quase chamei-a para fazer umas compras. Voltamos, estacionei e escutei: "Ok, you pass!". Uhuuuuuuuuuuuuuuu!

Ainda tive oportunidade de tirar outra foto, porque na primeira eu tinha ficado com cara de louca! HAUHAUAHAUA! Por isso que eu digo sempre: Sorria, tem um anjo de Deus olhando por você, Hulianita!

Neste site tem todas as informações para obter a driver's license (inclusive um simulador do teste teórico):
http://www.mva.maryland.gov/Driver-Services/Apply/license.htm



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Correndo três fronteiras (Ventimiglia-França-Mônaco)


Depois da viagem à Grécia, em 2010, eu tinha que escolher um país à altura... por que não seguir a sequência cronológica da própria História? Primeiro o império grego, depois o romano... interessante isso! Eu ainda podia acrescentar a cereja do bolo: uma corrida!

Eu e Flavio corremos desde 2008, na Grécia não deu para aliar uma corrida à nossa viagem, mas dessa vez elegemos uma corrida em um lugar de sonhos, já que estaríamos na Itália, por que não fazer uma corrida em Mônaco? Ali pertinho, era só atravessar um pedaço da França.

Meu roteiro na Itália ia ter que seguir uma reta, sem desvios laterais para não desperdiçar tempo, começando em Roma, subindo até Florença (Firenze), passando por Milão e finalizando com a corrida. O voo saiu daqui na sexta:

Sábado – O voo atrasou em Amsterdam. Passeamos pelo aeroporto, nunca vi tanta gente loira junta, povo bonito, bem vestido. Vi um batom rosa da Chanel, Boy 54, mas não tinha mais nada além da amostra. Chocolates diferentes, comprei alguns, achei uma loja do Leonidas!! Comprei uma caixinha fechada, mas depois me arrependi, eu deveria ter selecionado os chocos. Ganhamos 2 cartões telefônicos e dois tickets-lanche. Adoro aqueles baguetes, parecem que têm mais sabor. Flavio comprou 1 minigarrafa de vinho, aliás, vinho acompanhou quase todas as refeições. Liguei pra mãe do aeroporto da Holanda, ela me perguntou se era tudo plano. Interessante, não tinha pensado nisso, Países Baixos. Como eu queria que ela tivesse vindo junto com seus outros pontos de vista. Ela ainda me pediu: “Traz uma bonequinha!!”. Encontrei uma holandesa com cara de porcelana, que me acompanhou a viagem inteira. O maior cuidado pra não quebrar a cara da boneca. Gente, o que era aquela chocolateria no aeroporto? Aquela vitrine! Tinha japonês tirando foto, saquei minha câmera também. Flavio tomou 1 choco quente e eu um capuccino, ainda estava sem coragem de quebrar a Quaresma, assim logo de cara (cortei o choco na Quaresma, mas fiz um trato com Deus que anteciparia em uma semana, para poder quebrar, já que a data coincidia com a da viagem).

Chocolateria no aeroporto de Amsterdam.
 
Obras de arte.
 
Flavio me provocando.
Ainda no sábado, chegamos mais tarde em Roma, pegamos o metrô. Arrebentei a alça da mala na escadaria do metrô. Demoramos um pouco para achar o hotel Metrópolis, fizemos “a perdidinha básica”, Flavio entrou em outro hotel para perguntar onde era. Ao chegar, decidimos comer por lá mesmo. Eu, uma salada; e o Flavio, um tagliatele. Eros nos atendeu. Falamos que Eros era o Deus do Amor em grego, mas ele não sabia, porque o Deus do Amor romano é o Cupido. Tss, Tss. Povo desinformado. 
Basílica de São Pedro.
 
Domingo – ficamos na Basílica de São Pedro até às 13h. Era o momento pra comprar as lembrancinhas religiosas. Vimos o papa, bem de longe. Almoçamos perto da Praça Navona, naquele restaurante com atendimento moderninho, de sobremesa o melhor tiramissu que comemos em toda viagem. Dividimos, porque eu não ia meter o pé na jaca não. Passamos por um restaurante brasileiro, tinha anúncio do show do Michel Teló. Perdemos! Maior sucesso! Tocava nos rádios, nos celulares. À tarde fomos para o Coliseu e todo o redor, esperamos anoitecer para ver a iluminação. Valeu a pena. A noite estava linda!

O papa dá tchau dessa janelinha.
 
Melhor tiramisu que provamos.
 
Flavio achou pouco dividirmos uma sobremesa.
 
Eu fazendo pose "tô distraída" no Coliseu.
À noite, comemos um sanduba naquela pâtisserie mais simpática perto do hotel. Descobrimos que tinha outra numa esquina mais pra frente, mais sortida, porém menos simpática. 
Segunda – fomos ao Museu da Basílica, Cappella Sistina, Praça Espanha, Fontana di Trevi (que eu insistia em chamar de Fontana Freda, aquele espumante). Almoçamos ali perto, comi lasanha. Chegamos ao hotel no fim da tarde, a gente foi se trocar pra correr na pista das pontes. Tudooooo!! Alguns corredores, alguns ciclistas, um corredor passou pela gente e na volta já nos cumprimentou. Adoro isso, corredores têm consciência do esforço do outro corredor, por isso, ao se cumprimentar, é como se dividissem sentimentos. À noite, comemos na pâtisserie mais antipática da esquina mais distante, tem happy hour. As senhorinhas bebem todo dia! HAUAHUAHAUAHA! Ah, e pequenos salgadinhos (minibruschetas) ficam ao dispor dos "happy horistas".


Chegando na Cappella Sistina.
 
Jogamos moedinhas na Fontana di Trevi.
 
O nhoque di Flavio ficou mais fotogênico.
Terça – fomos para Florença logo cedo. Ao chegar lá, largamos tudo no hotel e fomos bater perna. O hotel era longe pra danar, mas o táxi não era caro. Uma puta fila pra ver o David de Michelangelo, queria ter uma sombrinha japonesa pra proteger do sol (agora tenho), mas a fila anda rápido até. Tentamos ir naquele restaurante perto da Ponte Veccio, não deu. Comemos um pedaço de pizza naquele restaurante SERVE-SERVE só pra não ficar sem comer nada e esperar a janta. Descobrimos um Hard Rock Café, e eu não resisto àquela salada!! E o drink colorido!!! Que vinha com o copo de brinde! Vulcano. 
Em Florença respira-se arte.
 
Perto da Ponte Veccio.
 
Não resisto a essa salada do Hard Rock.
 
Vulcano em Florença.

Quarta – Museu Ufizzi a manhã inteira. Conseguimos almoçar no Anticua. Eu comi um tagliatele al funghi, sem creme de leite!! E Flavio comeu 1 pato. Fomos para Milão às 17h. Fizemos 1 lanche na Galeria Emanuelle (coisa mais linda e grandiosa, lembrei daquela menor, na Argentina), que ricoooo!!! E o Duomo??? Fantástico! Milão é uma cidade de gente que tá podendo. O que são aquelas ruas repletas de lojas famosas!! Me perdoe Oscar Freire, mas você fica no chinelo... Havaianas! (Por favor, sem rancores, adoro aquela região de SP.)

Antico Fattore, em Florença.
 
 
Esse tiramisu da Antico Fattore era bom, mas o outro era melhor.
 
Duomo em Milão, até dói o "zóio" de ficar "zoiando".
 
Galeria Emanuelle, em Milão.
Quinta – acordamos cedo para ver a Última Ceia na capela, era o único compromisso realmente agendado. Emocionante mesmo, sentar, escutar e imaginar como as coisas aconteceram. Comemos o famoso panzerotti, me lembrou a massa do sonho. Recheado com queijo e tomate. Muito bom! A fila é grande, mas rápida. Almoçamos na Galeria Emanuelle, no Gato Rosso. Eu, nhoque; Flavio risoto. Fomos na loja do Milan, Flavio comprou a camiseta. A gerente era brasileira, falou que tinha coisa bacana e barata na Decathon. Encontramos algumas coisinhas, mas nada do meu Vomero (tênis). 
Depois de ter visto a Última Ceia.
Lojinha da Ferrari, descolei uma sapatilha. hehe!
 
Risoto milânes, apropriado. hehe
 
Meu nhoque com pêras, nozes e gorgonzola.

Sexta – pegamos o trem para Ventimiglia (ponto de partida da corrida). Cidadezinha fofa, fomos descobrindo as coisas aos poucos em um final de tarde. Tinha uma feira sendo desmontada, aluninhos saindo da escola (era sexta!!!). Tinha umas encostas com construções lá no alto. Tudo merecia um olhar. Uma delícia se perder, ver o mar italiano do calçadão, entrar em um mercado. Uma placa na cidade avisava que a rua ia ser interditada por causa de uma corrida... coisa mais linda. Já estávamos de olho em algum lugar pra comer. Fomos a uma pizzaria, pedimos um vinho Chianti da casa, a pizza e fomos comendo a entradinha. Daqui a pouco um pequeno tumulto, Flavio: “acho que tá pegando fogo!”. Uma fumaceira vinda dos fornos. O dono da pizzaria veio avisar que ia fechar, saímos sem entender se era incêndio geral ou se eles tinham que apagar os fornos e iam demorar para reacender. Fomos para a pizzaria beira-mar mais convidativa. Eles fazem aquele pizzão individual. Dividimos um, massa bem fininha.

Adorei essa placa, tipo: Dá licença que eu vou passar. hehe!

Sábado – fomos cedo para Mônaco, passear e pegar os kits da corrida. A cidade é cheia de morros, aquelas construções altas nas encostas, prédios se misturam com morro, ladeiras. Limpeza nas ruas, pouco movimento, a impressão é que as pistas foram feitas para Ferraris, Lamborguinis, Maseratis, Porsches, Mercedes... do alto vê-se a imensidão do mar azul, parece que ele vai invadir de tão grandioso. Parece que aquela terra foi empurrada, formando um grande paredão que avista aquele mar. Foi fácil achar o Estádio Louis XV (não sei se era esse o nome), pegamos os kits, lembro-me de ter dado alguma informação a um rapaz, não sei em que língua, encontrei-o na corrida depois. Encontramos uma paulista que morava lá. Tava com a minha camiseta do time de corrida, o 4Ões, com bandeirinha do Brasil. Pegamos os kits, compramos meias, camisetinhas. De lá eu queria conhecer o Jardin Exotique que havia visto na TV, fomos seguindo as placas, entramos no elevador comunitário, descemos, achando que estava perto. Uma caminhada sem fim até o alto. A vista do jardim era linda, chegamos a tempo de pegar a excursão para a caverna com as estalagtites e estalagmites. Descida até o fundo por escadinhas escorregadias, umidade. Um pouco de sensação de que vai faltar ar. Hehe. Mas nunca vi nada parecido com aquilo. O lugar foi descoberto por acaso, quando eles iam abrir um novo túnel. A volta foi mais rápida, apesar de ser subida, todo mundo queria respirar o ar da rua.

Trajeto da corrida.
 
Do alto do Jardin Exotique, em Mônaco.
 
Passeio no Jardin Exotique.

Ao sair do Jardim, pegamos um ônibus para ir ao Cassino. O motorista estava vestido de médico!! Todo de branco, não reparei direito, mas devia ter luvas. Descemos e avistamos o grande cassino. Lindíssimo, com jardins bem cuidados ao redor. Ao lado o Hotel Paris, chiquérrimo, vi dois atendentes vestidos de fraque descendo um carrinho de bebê. Um luxo. Procuramos um lugar para comer, entramos em um restaurante, mas pelo visto ia demorar. Saímos em busca de algum lugar mais rápido, já passava das 15h. Tudo errado pré-prova. Muita caminhada e pouca comida. Mas estávamos em Mônaco e corrida de rua tem quase todo fim de semana.


Em frente ao cassino, em Monte Carlo.
 
Adorei essa porta!
 
Almoço pré-prova.


Domingo – o grande dia, levantamos cedo, a prova era as 10h, dava pra tomar um café. A previsão era chuva, mas só estava frio. Fomos para a praça, encontramos outro amigo dos 4Ões, de Curitiba, que morava em Mônaco. 4Ões, internacionalmente conhecido! Mundo pequeno. Vi mais alguém com a bandeira do Brasil na camiseta. O começo da prova foi tranquilo, do alto via-se o mar nos acompanhando. Nos 10km disparei, olhava o relógio e me empolgava. No km 11 vi que Flavio se aproximava, minhas pernas já começavam a dar sinal de cansaço, até que ele me passou. Quando fomos nos aproximando da parte francesa percebi a diferença dos lugares, a França é muito mais organizada e limpa, a estrutura é bem conservada (comentei isso mais tarde com um italiano e ele concordou). Ali relaxei porque era plano, no Km 13 começava a subida, ia até os 17 ou 18km. O morro fazia curvas, era uma loucura a subida. Não caminhei nenhuma vez, mas senti. Escutei alguém da água gritar: Forzaa Julianaaa! Achei lindo, mas a força veio pouquinha. HAUAHAUHAUAHA! Quando avistei Mônaco minhas pernas não obedeciam nem na descida, muito estranha a sensação, o ritmo não estava ruim, mas parecia que eu não saía do lugar. Fui chegando, reconhecendo a cidade. Passei pelo túnel, a sensação de cansaço era tão grande que nem pensei na emoção do momento. O fim não chegava nunca. Vi a marina, estava lá. Completei a prova, o curitibano me passou nos últimos metros, feliz da vida. Mas Flavio, que havia chegado antes, falou que o curitibano estava bem desorientado na linha de chegada. Hehe! Me diverti com isso, a alegria dele foi ter me passado. Fomos para Ventimiglia, comemos na mesma pizzaria beira-mar, o dono do hotel foi gentil nos deixando tomar um banho (já que a diária já tinha vencido) e, por fim, seguimos de trem para Milão (de onde sairia nosso voo de volta na manhã seguinte). Conhecemos um casal no trem (ela de SP, ele italiano, falando perfeitamente português, parecia até coisa de novela da Globo (onde todos os italianos costumam falar bem o português).

 
Quem tiver interesse na corrida, é quase uma meia maratona, 24km aproximadamente.
As inscrições podem ser feitas neste site: